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I Fórum de Educação Matemática, Tecnologias Informáticas e Educação à Distância. 

            Nos dias 04 e 05 de maio do ano de 2012 foi realizado o I Fórum de Educação Matemática, Tecnologias Informáticas e Educação a Distância, promovido pelo GT 06 (Educação Matemática: novas tecnologias e Educação a Distância) da Sociedade Brasileira de Educação Matemática (SBEM). O evento ocorreu nas dependências da Universidade Luterana do Brasil (ULBRA- Canoas (RS)) com o apoio da SBEM-RS e da SBEM Nacional e contou com a participação de professores, pesquisadores e estudantes na área de Educação Matemática.
           O encontro teve como principal objetivo discutir políticas públicas voltadas para a inclusão das Tecnologias da Informação e Comunicação nos processos de ensino, aprendizagem e formação de professores de matemática, por meio de pesquisas e ações educacionais.
O evento contou com a participação da Professora Dra. Léa Fagundes, psicóloga e professora coordenadora do Laboratório de Estudos Cognitivos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que ministrou a palestra principal do evento. Com uma experiência de mais de 60 anos dedicados à pesquisa e ao ensino, a professora falou sobre a dificuldade na aplicação das políticas públicas para o uso da tecnologia na educação. “Algumas coisas ainda precisam ser modificadas. É preciso pensar no que a cultura da informática pode trazer de contribuição para o ensino”, destaca Léa.
            De acordo com a pesquisadora, a inclusão digital não acontece quando se colocam computadores nas salas de aula. É necessário compreender que a mudança só acontecerá de forma plena quando o ensino for realmente inserido na cultura digital. “Educação não é escritório. De nada adianta instalar laboratórios nas escolas onde os alunos aprendem apenas a trabalhar com os programas do Office”, argumenta. Para ela, os professores precisam receber qualificação para saber utilizar as ferramentas em aula e, também, é preciso melhorar a estrutura oferecida nas escolas.
             A pesquisadora destacou que as tecnologias digitais ampliam o poder cognitivo do indivíduo. “Quanto mais desenvolvida a tecnologia, maior será a contribuição para o ensino”, ressalta Léa.

            Além da palestra da Profa. Léa, houve a apresentação de algumas das pesquisas desenvolvidas pelos participantes do GT06 da SBEM, em uma sessão de pôsteres. O Fórum também proporcionou um espaço de discussão sobre as políticas públicas para o uso das tecnologias na Educação Matemática correlacionando as pesquisas desenvolvidas e experiências vivenciadas pelos participantes em sessões específicas.
             Foram propostos três subgrupos de discussão pela coordenação do evento, composta pelos professores Dr. Maurício Rosa, Dr. Marcelo Bairral e Dra. Rubia Barcelos Amaral. Esses subgrupos abordaram as seguintes temáticas: (i) Educação a Distância: ensino, aprendizagem e formação pela UAB e outros modelos; (ii) Redes Sociais na Educação Matemática; (iii) Inserção de recursos informáticos na sala de aula de matemática: possibilidades e limitações atuais.
            As discussões culminaram em um conjunto de indicativos e ações que, entende-se, podem contribuir para que o uso das tecnologias informáticas possa potencializar não somente o processo de formação inicial e continuada de professores, o qual pode focar em aspectos pedagógicos, tecnológicos e específicos, mas também para o próprio processo de produção do conhecimento matemático. As possibilidades e limitações podem ser agrupadas em cinco âmbitos, não excludentes: de caráter pessoal (motivação), epistemológico (sobre a produção do conhecimento matemático), didático-pedagógico (planejamento), infra estrutural (laboratórios e recursos) e político-trabalhista (gestão do tempo).
Constatações:


            Âmbito de caráter pessoal (a motivação e o compromisso para o uso de tecnologias em sala de aula)


• Os alunos já estão chegando à escola sabendo usar as TIC;
• Desejo de aprender do professor (relativo);
• O professor tem vontade de aprender, mas às vezes lhe faltam oportunidades;
• O professor tem que acreditar em mudanças com o uso da tecnologia;
• Políticas públicas devem promover a autonomia do professor.



 

            Âmbito epistemológico


• Há a necessidade de quebrar paradigmas tradicionais de aprendizagem, de sair da zona de conforto;
• É importante abrir-se para o entendimento da matemática produzida com a tecnologia;
• Precisamos pensar em que as tecnologias podem acrescentar/trazer de diferente para o aprendizagem: abordar temas mais relacionados, em menor espaço de tempo, com maior dinâmica etc.
• Pensar em novos conteúdos que estão aparecendo e que outras aprendizagens ocorrem.
• Descobrir que estímulos usar para motivar o professor a implementar práticas com tecnologias informáticas;
• Entendemos que muitos alunos e pais também têm restrições quanto ao uso de tecnologia em sala de aula;
• Repensar a estrutura escolar com o seu engessamento curricular, serial, disciplinar etc.


             Âmbito didático-pedagógico


• Há a necessidade de garantia da inserção e uso da tecnologia nos Projetos Político Pedagógicos (PPP) dos cursos de Formação Inicial de Professores de Matemática;
• Sintonia entre o planejamento da escola e o do professor;
• A inserção da tecnologia no planejamento não pode ser uma mera transposição de uma situação convencional para uma com tecnologia;
• Preocupação do professor em possuir um domínio “pleno” do software, que muitas vezes é desnecessário, ou seja, ele pode ir aprendendo no fazer e, inclusive, com os alunos;
• Experiência positiva em aproveitar o conhecimento de alunos mais velhos (Ensino Médio ou de turmas avançadas) ou que possuam domínio sobre a tecnologia para serem aliados do professor no processo de ensino;
• Perceber que um software também tem limitações;
• Não é a tecnologia que garantirá a qualidade de uma aula ou da aprendizagem.



           Âmbito infra-estrutural


• Universidades sem disponibilidade de recursos, softwares, laboratórios ou com recursos insuficientes e desatualizados;
• Importância de um laboratorista (ou de um técnico em informática) para auxiliar o professor com questões de hardware, software, manutenção, vírus etc.



 

          Âmbito político-trabalhista


• Problemas na carreira docente, principalmente, quando são inseridas práticas aonde espaço físico e tempo são redimensionados;
• Nova gestão do tempo e do planejamento para uso da tecnologia, principalmente, em situações da Educação a Distância;

          Como resultado dessas discussões, foram propostas ações e contribuições para políticas públicas que englobam os seguintes aspectos:


• Colocar o professor em cheque com o seu próprio aprendizado com a tecnologia, de modo que ele possa pensar na aprendizagem do aluno;
• Desenvolver ações que contemplem as realidades locais/regionais;
• Ampliar o diálogo entre pais e professores na construção do PPP da escola com tecnologia;
• Que os Editais públicos para a produção de materiais didáticos, embasados nas TIC, contemplem uma proposição de formação (inicial ou continuada) de professores de matemática para o uso dos materiais gerados;
• Que os cursos de Licenciatura além da inclusão da tecnologia em seu PPP construam projetos envolvendo professores da Educação Básica;
• Entende-se que para que a discussão das potencialidades da utilização da rede social no processo educativo deva ser assessorada por políticas públicas de acesso à conexão para todos em nível de país. 
• Criação de uma rede com finalidade de formar um coletivo de professores que experimente, pesquise e compartilhe experiências e dúvidas;
• Buscar as potencialidades das redes, planejando uma culminância de conexão para uma data específica, com divulgação de experiências, pesquisas, web conferência, vídeos e outros;
• Pensar problemas em que a conexão o espaço digital seja realmente indispensável, o link e a conectividade sejam um fator primordial. Ou seja, que a topologia da rede faça diferença para produção do conhecimento matemático, para além de um local de comunicação.
Além disso, como principal sugestão apontada para o próximo evento, ficou a busca por uma ampliação na participação tanto do estudante de graduação, quanto do professor  de Educação Básica, o que sugere a ampliação do espaço de discussão.

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